sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

dia 06

.


Uma pequena demora para entrar na Cobal de Botafogo,
mas a fila anda...
Deixou a chave com o manobrista e foi ver as flores
que lhe chamariam. Vem um amor de longe, Irene quer
recebê-lo sem dizer nada, Irene o quer sem palavras.
Os lírios foram os primeiros na pronúncia, lançavam um
perfume rasgado, quase apelativo, se ofereciam feito putas
em vitrines de Amsterdam.

"Quero cinco".

Passou entre anturios, anemolas e gerboras, ouviu-as,
mas estavam sem acento.

As tulipas vermelhas estavam na reticência do querer mais,
flores de primavera que se demoram e nunca terminam...

"este buquê, vou levar".

Orquídeas! As Vanillas Planifolia, não precisa nem saber latim
para saber o que sugerem suas pétalas. Além disso exclamam cheiro
de baunilha.

Para completar levo três talos dessa Helicônea, um tom de falo
no silêncio das meninas.

Saiu carregadinha de perfume escondida entre verdes, vermelhos,
rosas e amarelos, Irene estava um ouriço só, assobiava alguma canção
irreconhecível, pela falta de talento no gesto.

Colocou-as com delicadeza no banco de trás
e os carros seguiram, a fila andou.


.

2 comentários:

Colageno de Dona–Turu disse...

Ei irenieiiiii, quem é vivo sempre aparece...

já estava com saudade, querendo noticias e ,
chegaram noticia com buena onda!

flores
cores

e a fila andando no jardim

Clara Cavour disse...

adorei a saída de irene para comprar flores! quero saber a continuação dessa história.

bjs!